Odes Modernas - Cap. 26: CAPÍTULO XVI – POBRES Pág. 129 / 143

nas ruas da cidade

Como um manto de rei… e sob os arcos

De mármore passar, como em triunfo…

Ter colunas de porfido luzente…

E ser o altar do vosso santuário

Como o templo do Sol… cegar de luzes…

O vosso Deus pode ser grande e altivo

Como Baal… o Deus que bebe sangue…

Mas o que nunca o vosso culto esplêndido

Há-de ter, como um véu para o sacrário,

A velar-lhe mistérios… é a poesia…

Esse mimo de amor… esses segredos…

O ingénuo sorriso da criança…

O olhar das mães, espelho de pureza…

A flor que medra na soidão das almas…

O branco lírio que, manhã e tarde,

Aos pés da Virgem, no oratório humilde,

Rega a donzela, em vaso pobrezinho!

Nunca a vossa cruz-de-ouro há-de dar sombra

Como a outra do Gólgota - o alívio,

Sombra que buscam almas





Os capítulos deste livro