Que se veja afinal quanto guardava
Para o resgate desta raça escrava!
Escrava? escrava que já parte os ferros!
Eu creio no destino das nações:
Não se fez para dor, para desterros,
Esta ânsia que nos ergue os corações!
Hão-de ter fim um dia tantos erros!
E do ninho das velhas ilusões
Ver-se-á, com pasmo, erguer-se à imensidade
A águia esplêndida e augusta da Verdade!
VI
Se um dia chegaremos, nós, sedentos,
A essa praia do eterno mar-oceano,
Onde lavem seu corpo os pustulentos,
E farte a sede, enfim, o peito humano?
Oh! diz-me o coração que estes tormentos
Chegarão a acabar: e o nosso engano,
Desfeito como nuvem que desanda,
Deixará ver o céu de banda a banda!
Felizes os que choram! alguma hora
Seus prantos secarão