A aurora é o sursum-corda do Universo;
A luz é oremus, por que é hóstia o Sol;
Quanto abre o olhar aos raios do arrebol
Eis o povo-cristão aí disperso.
Quando as flores, que se abrem, são espelhos…
E a ervinha é berço, e berços os rosais…
Quando são as florestas catedrais…
Eis aí outros tantos Evangelhos!
O cedro na montanha apostoliza;
O vento prega às livres solidões!
As estrelas do céu são orações,
E o amor, no coração, evangeliza!
O Amor! O evangelista soberano!
Para quem não há tarde nem aurora!
O que sobe a pregar, a toda a hora,
Ao púlpito-da-fé… o peito humano!
De dois raios de uns olhos bem-amados
É que se faz a cruz que nos converte;
E a palavra, que a crença às almas verte,
Faz-se essa de suspiros abafados.