não desças nunca!
Porque descer é morte, é sombra, é nada!
É a pedra que dorme: é lodo escuro
Que sombrio fermenta! A alma, se é espírito,
É por que à farta possa encher, crescendo,
O espaço todo e todo o ar infindo!
E, bela ou triste, horrível ou sublime,
Santa ou maldita, a vida é sempre grande!
Rocha por onde os tempos vão seguindo
No caminho que os leva ao infinito…
É tão vasta, que os séculos marchando
Com passos de gigante, há milhões de evos,
Não puderam ainda ver-lhe o termo,
Não puderam gastá-la um pouco, apenas!
É tão fundo esse mar, é tão fecundo,
Que os homens todos, que há milhões de séculos
Nascem da espuma e vêm encher as praias,
Bebendo a longos tragos, não puderam
Fazê-lo inda baixar, sequer um palmo!
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