em pó e incenso e mirra, ainda
Quem o sabe? talvez ir-se de encontro
À base da estátua - e derrocá-la?
III
Eu tenho visto a pedra, desprendida
Da montanha, levar meia floresta
Na carreira - e não há-de esse granito
Colossal, que é o Povo, despregado
Por mãos do tempo, com trabalho imenso,
Ao rolar no declive da história
Esmagar, ao correr, os troncos secos
E o mirrado ossuário do passado?
Não há-de o solo heróico, que se agita,
Lançar ao ar castelos e cidades?
Há-de abrir-se o vulcão só por que atire
Um só jacto de fumo e cinza apenas?
E a alma dos homens há-de entrar nas dores
De um parto crudelíssimo, e volver-se
Num leito de torturas, por que o feto
Predestinado, a pálida Esperança,
Fruto de mil angústias, em chegando
A ver a luz se chame desespero?
Eles sabem que não.