estes que fizeram de cadáveres 
O grande monte do Passado: estes 
Que de ossadas fizeram os castelos 
E os púlpitos e os tronos - e fizeram 
De prantos óleo santo e água benta… 
 
São estes que fizeram da cruz negra 
Do mau ladrão sinal com que se absolvem 
Entre si: e, deitando a toga preta 
Pelo espaço, fizeram Firmamento; 
E chamaram, ao sol, escuridade; 
E, ao pensamento, lepra; e à ignorância 
Elevaram altar; e à ignomínia 
Chamaram dignidade; e andam pedindo 
Esmola para a Treva; e querem do homem 
As lágrimas, apenas… com que reguem 
Do seu jardim roubado as negras flores! 
 
 
VI 
 
E, entanto, sabem (quem tem olhos vê-o… 
Vê com espanto! ) que o tremor do solo 
É largo e vem de longe; e que há no espaço, 
Fora do mundo, mão que impele