Também pergunta aonde vai e donde
O traz a tempestade que o quebranta…
E o homem, bago d’água pequenino,
Também tem voz na onda do destino!
Porque os evos, rolando; nos lançaram
Sobre a praia dos tempos, esquecidos,
E, náufragos duma hora, nos deixaram
Postos ao ar, sem tecto e sem vestidos.
Estamos. Mas que ventos nos deitaram
E com que fim, aqui, meio partidos,
Se um Acaso, se Lei nos céus escrita…
Eis o que a mente humana em vão agita!
Ó areias da praia, ó rochas duras,
Que também prisioneiras aqui estais!
Entendeis vós acaso estas escuras
Razões da sorte, surda a nossos ais?
Sabe-las tu, ó mar, que te torturas
No teu cárcere imenso? e, águas, que andais
Em volta aos sorvedouros que vos somem,