Mas calara-se imediatamente.
Quando ali chegara, era uma semente. Evidentemente que não podia ter visto nada noutros mundos. Humilhada por se ter deixado apanhar numa mentira tão ingénua, tossira duas ou três vezes para conseguir virar o bico ao prego:
- Então, esse biombo?

Um biombo para proteger a flor
- Estava para o ir buscar, mas como você ainda não tinha acabado...
A flor pôs-se a forçar a tosse.
Mesmo assim, ele ainda havia de ficar com remorsos!
Deste modo, apesar de toda a boa vontade do seu amor, o principezinho começara a desconfiar dela. Tinha levado a sério meia dúzia de coisas insignificantes e saíra-se muito mal.
Sentia-se muito infeliz.
Um dia, confidenciou-me:
"Nunca lhe devia ter dado ouvidos. Nunca se deve dar ouvidos às flores. Deve-se é olhar para elas e cheirá-las. A minha, perfumava-me o planeta todo, mas eu não era capaz de dar valor a isso. E aquela fanfarronice das garras, que me irritou tanto, devia era ter-me enternecido... "
E também me contou que:
"Não fui capaz de entender nada. Devia tê-la avaliado não pelas suas palavras, mas pelos seus actos. Ela perfumava-me e dava-me luz! Eu nunca devia ter fugido! Devia era ter sido capaz de perceber toda a ternura escondida naquelas suas pobres manhas. As flores são tão contraditórias! Mas eu era novo demais para a saber amar."