Capítulo 6: CAPÍTULO V LEIS DA VARIAÇÃO
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- O hábito é hereditário nas plantas, como no período de florescimento, na quantidade de chuva necessária para que as sementes germinem, no tempo de sono, etc., e isto leva-me a dizer algumas palavras acerca da aclimatização. Como é extremamente comum as espécies do mesmo género habitarem regiões muito quentes ou muito frias, e como acredito que todas as espécies do mesmo género descenderam de uma única antecessora, se esta perspectiva estiver correcta, a aclimatização tem de se efectuar com facilidade durante a descendência prolongada. É notório que cada espécie se encontra adaptada ao clima do seu próprio lar: as espécies de uma região árctica ou mesmo temperada não podem suportar um clima tropical, ou inversamente. Pelo que, mais uma vez, muitas plantas seivosas não podem suportar um clima húmido. Mas o grau de adaptação das espécies aos climas em que vivem é muitas vezes sobrestimado. Podemos inferir isto a partir da nossa frequente incapacidade para prever se uma planta importada suportará ou não o nosso clima e do número de plantas e animais trazidos de países mais quentes, que aqui gozam de boa saúde. Temos razão para crer que a distribuição das espécies em estado de natureza é tão ou mais limitada pela competição de outros seres orgânicos do que pela adaptação a climas particulares. Mas seja ou não a adaptação muito rigorosa em geral, temos, no caso de algumas, poucas, plantas, indícios de que até certo ponto se habituam naturalmente a diferentes temperaturas, ou se aclimatizam: assim se descobriu que os pinheiros e rododendros, criados a partir de sementes recolhidas pelo Dr. Hooker em árvores que crescem em diferentes altitudes nos Himalaias, têm neste país diferentes poderes constitutivos de resistência ao frio. O Sr. Thwaites fez-me saber que em Ceilão observou factos semelhantes, e o Sr.
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