Variabilidade - Diferenças individuais - Espécies duvidosas - As espécies amplamente distribuídas, muito difusas e comuns, são as que mais variam - As espécies dos géneros maiores em qualquer região variam mais do que as espécies dos géneros menores - Muitas espécies pertencentes aos géneros maiores assemelham-se a variedades por serem íntima mas desigualmente próximas entre si e por terem uma distribuição limitada.
Antes de aplicar aos seres orgânicos em estado de natureza os princípios a que chegámos no último capítulo, temos de discutir brevemente se aqueles estão ou não sujeitos a qualquer variação. Para dar a este assunto um tratamento de todo em todo apropriado, deve-se apresentar um extenso catálogo de factos em bruto; mas reservarei isto para o meu trabalho futuro. Tão-pouco discutirei aqui as várias definições que se deu do termo «espécie». Nenhuma definição satisfez até agora todos os naturalistas; no entanto, cada naturalista tem uma ideia vaga daquilo que quer dizer quando fala de uma espécie. Geralmente, o termo inclui o elemento desconhecido de um acta distinto de criação. É quase tão difícil como definir o termo «variedade», embora neste esteja quase universalmente implícita a comunidade de ascendência, apesar de raramente poder ser demonstrada. Temos também aquilo a que se chama «monstruosidades»; mas estas tornam-se gradualmente variedades. Presumo que por «monstruosidade» se entende um considerável desvio de estrutura numa parte, desvio que ou é prejudicial ou inútil para a espécie e que não está amplamente disseminado. Alguns autores usam o termo «variação» num sentido técnico, como se sugerisse uma modificação directamente