Capítulo 15: CAPÍTULO XIV RECAPITULAÇÃO E CONCLUSÃO
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Reconhecer-se-á que a acumulação de cada grande formação fossilífera dependeu de uma confluência invulgar de circunstâncias, e a vasta duração dos intervalos vazios entre os estágios sucessivos. Mas seremos capazes de medir com alguma segurança a duração destes intervalos através de uma comparação das formas orgânicas precedentes e sucedâneas. Temos de ser cuidadosos ao tentar correlacionar como estritamente contemporâneas duas formações, que incluem poucas espécies idênticas, através da sucessão geral das suas formas de vida. Como as espécies são produzidas e exterminadas através de causas que agem lentamente e existem ainda, e não por actos milagrosos de criação e por catástrofes; e sendo a mais importante de todas as causas da mudança orgânica quase independente de condições físicas alteradas e talvez mesmo subitamente alteradas, nomeadamente, a relação mútua de organismo para organismo - implicando o aperfeiçoamento de um ser o aperfeiçoamento ou o extermínio de outros; segue-se que a quantidade de mudança orgânica nos fósseis de formações consecutivas provavelmente serve de medida razoável do efectivo intervalo de tempo. Um número de espécies, todavia, mantendo-se num grupo poderia permanecer sem modificação durante um longo período, enquanto neste mesmo período, diversas destas espécies, ao migrar para novas regiões e entrar em competição com companheiros alienígenas, poder-se-iam modificar; pelo que não podemos sobrestimar a exactidão da mudança orgânica como medida do tempo. Durante períodos mais primitivos da história da Terra, quando as formas de vida eram provavelmente em menor número e mais simples, o ritmo de mudança era provavelmente mais lento; e, no primeiro amanhecer da vida, quando pouquíssimas formas com a mais simples estrutura existiam, o ritmo de mudança pode ter sido extremamente lento.
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