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Capítulo 5: CAPÍTULO IV
SELECÇÃO NATURAL

Página 93
do tempo assinale a lenta passagem das épocas, e tão imperfeita é a visão que temos das longas eras geológicas do passado que apenas constatamos que as formas de vida hoje são diferentes do que eram antes.

Embora a selecção natural só possa agir por meio e em função do bem de cada ser, os caracteres e estruturas que tendemos a considerar menos importantes podem nessa medida ser objecto de acção. Quando vemos insectos folívoros verdes e animais pintalgados de cinzento que se alimentam da casca das árvores, o lagópode branco alpino, no Inverno, o lagópode escocês, da cor da urze, e o galo-lira, cuja coloração é semelhante à do solo rico em turfa, temos de acreditar que tais matizes são úteis a estas aves e insectos para os salvaguardar do perigo. Se num dado período das suas vidas não fossem destruídos, os lagópodes multiplicar-se-iam desmesuradamente; sabe-se que sofrem sobretudo com as aves de rapina; e os falcões orientam-se para a presa através da visão - de tal modo que em algumas partes do continente se avisa as pessoas para não terem pombos brancos, por serem os mais sujeitos à destruição. Pelo que não vejo razão para duvidar de que a selecção natural possa ser extremamente eficaz ao dar a cor apropriada a cada tipo de lagópode e ao manter essa cor, uma vez adquirida, pura e constante. Tão-pouco devemos pensar que a destruição ocasional de um animal de qualquer cor particular teria um efeito menor: há que recordar como é essencial num rebanho de ovelhas brancas destruir cada cordeiro que tenha o mais leve vestígio de preto. Nas plantas, a lanugem no fruto e a cor da polpa são consideradas pelos botânicos caracteres pouquíssimo importantes: porém, Downing, um excelente horticultor, informa-nos de que nos Estados Unidos os frutos

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Capa do livro A Origem das Espécies
Páginas: 524
Página atual: 93

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
INTRODUÇÃO 1
CAPÍTULO I
VARIAÇÃO SOB DOMESTICAÇÃO
7
CAPÍTULO II
VARIAÇÃO EM ESTADO DE NATUREZA
49
CAPÍTULO III
LUTA PELA EXISTÊNCIA
67
CAPÍTULO IV
SELECÇÃO NATURAL
88
CAPÍTULO V
LEIS DA VARIAÇÃO
143
CAPÍTULO VI
DIFICULDADES ENFRENTADAS PELA TEORIA
184
CAPÍTULO VII
INSTINTO
223
CAPÍTULO VIII HIBRIDISMO 263
CAPÍTULO IX
SOBRE A INPERFEIÇÃO DO REGISTO GEOLÓGICO
302
CAPÍTULO X
SOBRE A SUCESSÃO GEOLÓGICA DOS SERES ORGÂNICOS
336
CAPÍTULO XI
DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA
372
CAPÍTULO XII
DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA (continuação)
411
CAPÍTULO XIII
AFINIDADES MÚTUAS DOS SERES ORGÂNICOS. MORFOLOGIA. EMBRIOLOGIA. ÓRGÂOS RUDIMENTARES.
441
CAPÍTULO XIV
RECAPITULAÇÃO E CONCLUSÃO
491