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Capítulo 7: Capítulo 7

Página 104
Pensando em como a temperatura do ar era elevada, calculei que se chegasse a encontrar terra gredosa conseguiria fazer vasilhas que, secas ao sol, seriam suficientemente sólidas para as transportar de um lado para o outro em condições de preservar da humidade as provisões que nelas quisesse meter; esperando ter dentro em pouco quantidade bastante de grão e farinha, propus-me guardá-la daquela maneira, e encetei a construção de muitas vasilhas tão grandes e tão fortes quanto fosse possível, a fim de poderem servir-me de cubas, para nelas meter as várias coisas que queria conservar.

Seria, certamente, motivo digno de riso e, ao mesmo tempo, de lástima, contar ao leitor os meios estranhos de que me vali para preparar o barro; as coisas caprichosas, desengraçadas e feias que fiz; a frequência com que se dividiam em bocados, pois a argila não era bastante firme para resistir ao seu próprio peso, ou então as que estalavam por tê-las exposto com demasiada precipitação aos grandes ardores solares, e as vezes que as minhas vasilhas se quebraram porque as usava antes de estarem completamente secas ou quando já o estavam de mais. Em suma: depois de me ter custado um trabalho infinito encontrar a argila, extraí-la, amassá-la, transportá-la e laborá-la, consegui apenas, após dois meses de trabalho, duas informes massas de barro, a que mal me atrevo a chamar dornas.

Apesar de tudo, estando aquelas duas vasilhas bem endurecidas pelo sol, cheguei a pô-las em pé e a colocá-las em duas grandes canastras de vime que lhes tinha preparado para não se partirem, e como enchi com palha de cevada e arroz o espaço vazio que havia entre o cesto e a vasilha, julguei que as duas dornas, conservando-se sempre secas, poderiam servir-me para guardar o grão enxuto, e ainda talvez a farinha quando o pisasse.

Embora tivesse obtido tão mau êxito na confecção das vasilhas grandes, fiz com o maior acerto grande número de pequenas, como tachos, pratos, cântaros e alguidares e todas as coisas que podia construir; o ardor solar dava-lhes uma dureza extraordinária.

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pág. 104 (Capítulo 7)

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Capa do livro Robinson Crusoe
Páginas: 241
Página atual: 104

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
Capítulo 1 1
Capítulo 2 30
Capítulo 3 41
Capítulo 4 53
Capítulo 5 63
Capítulo 6 78
Capítulo 7 91
Capítulo 8 112
Capítulo 9 133
Capítulo 10 167
Capítulo 11 197
Capítulo 12 236