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Capítulo 7: Capítulo 7

Página 105
Mas ainda não havia atingido o meu fim principal, que era possuir uma grande doma capaz de conter líquidos e de ir ao lume, porque não dispunha de qualquer outro utensílio para este serviço. Algum tempo depois, tendo ateado um grande fogo para preparar a comida, encontrei ao retirar os carvões um pedaço dos meus cacos perfeitamente cozido, tão duro como a pedra, e da cor das telhas. Isto deu-me uma grande satisfação e pensei que as vasilhas poderiam ser cozidas inteiras, já que os pedaços separados tinham saído tão bem cozidos.

Meti-me, assim, a estudar a maneira como poderia dispor o lume para cozer as vasilhas. Não tinha qualquer ideia, nem da construção dos fornos de que se servem os oleiros, nem do verniz com que revestem as suas obras, embora tivesse chumbo para o fazer. Mas formei um montão de grandes cântaros e três potes, dispondo cinza por baixo, e acendi à sua volta um grande lume de lenha, cujas chamas cobriam o meu vidrado por todos os lados, até que vi as vasilhas adquirirem uma cor vermelho-clara sem se racharem. Mantive este calor durante cinco ou seis horas, no termo das quais vi uma que, pareceu-me, não estalava mas se derretia, pois a areia que estava misturada com a argila fundia-se com a intensidade do calor, e ter-se-ia convertido em vidro se tivesse conservado aquela temperatura. Então abrandei gradualmente o meu lume, até que as vasilhas perderam a cor vermelha, e velei toda a noite para evitar que esfriassem repentinamente. No outro dia de manhãzinha possuía três cântaros muito bons, embora não muito formosos; outros dois potes, tão cozidos como eu queria, e um terceiro, que a fundição de areia tinha coberto de verniz. Não é preciso dizer que depois desta prova fiquei a saber fabricar todas as vasilhas que me pudessem ser úteis; mas devo confessar que não se distinguiam pela forma pois não tinha, na verdade, nenhuma das coisas necessárias para esse género de trabalho, e procedia como as crianças que fazem figuras com barro, ou como uma mulher que quer fazer pastéis sem ter aprendido a manusear a massa.

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Capa do livro Robinson Crusoe
Páginas: 241
Página atual: 105

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
Capítulo 1 1
Capítulo 2 30
Capítulo 3 41
Capítulo 4 53
Capítulo 5 63
Capítulo 6 78
Capítulo 7 91
Capítulo 8 112
Capítulo 9 133
Capítulo 10 167
Capítulo 11 197
Capítulo 12 236