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Capítulo 7: Capítulo 7

Página 109
Apesar de tudo, todas estas considerações, que deveria ter examinado com calma e que, com efeito, actuaram depois sobre mim, não se me apresentaram à imaginação a princípio, pois não pensava noutra coisa que não fosse em passar para a costa oposta.

Bem gostaria agora de ter o meu bom Xuri ou a grande chalupa com a sua vela latina, sobre a qual fizera mais de quinhentas léguas ao largo da costa de África. Mas estes eram desejos vãos. Pensei, pois, ir visitar a chalupa do buque, que depois do nosso naufrágio a tempestade tinha arremessado para muito perto da margem. Encontrei-a, pouco mais ou menos, no mesmo sítio em que a tinha deixado na primeira vez; mas a força do vento e as ondas haviam-na voltado completamente e atirado contra um banco de areia muito elevado. Se dispusesse de ajuda, teria podido voltá-la e lançá-la à água, e então bastar-me-ia para fazer a travessia até ao Brasil; mas devia reconhecer que, não tendo quem me ajudasse, era tão difícil desencalhá-la como mudar de um lado para o outro da ilha. Mesmo assim, fui ao bosque cortar madeiros compridos que pudessem servir de alavancas e rolos, e levei-os para perto da chalupa, com a intenção de experimentar desencalhá-la, não duvidando de que se o conseguisse me seria fácil reparar os destroços que tinha e pô-la em estado de navegar.

Não me poupei a canseiras nesse trabalho infrutífero e gastei nele cerca de um mês. Por último, vendo que, devido à debilidade das minhas forças, me era impossível voltar a chalupa, tratei de fazer uma cova na areia, debaixo dela, tendo o cuidado de dirigi-la na sua queda com troços de madeira. Mas uma vez isto concluído, compreendi que não podia deslizá-la para o mar, nem sequer voltá-la. Vi-me, por conseguinte, forçado a abandonar o meu projecto. E, apesar disso, à medida que se desvaneciam as esperanças por esse lado, sentia-me com desejos mais vivos de fazer uma excursão ao continente.

Pensei então se seria possível fabricar com um tronco de árvore uma canoa ou piroga como as que constroem, sem ferramentas, e por assim dizer sem trabalho, os naturais daquela terra. Cheguei a ver que aquilo não só era possível mas até bastante fácil.

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Capa do livro Robinson Crusoe
Páginas: 241
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Os capítulos deste livro:
Capítulo 1 1
Capítulo 2 30
Capítulo 3 41
Capítulo 4 53
Capítulo 5 63
Capítulo 6 78
Capítulo 7 91
Capítulo 8 112
Capítulo 9 133
Capítulo 10 167
Capítulo 11 197
Capítulo 12 236