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Capítulo 8: Capítulo 8

Página 119
Estudei o local o melhor que me foi possível, porque receava, ao entrar naquela, correr o risco de ser arrastado para o ai to mar, e para tão longe que não pudesse regressar à minha ilha. Assim sucederia se não tivesse tomado a precaução de subir à colina, porque a mesma corrente circulava no outro lado da ilha, com a única diferença de que se dirigia para muito mais longe. Notei Igualmente que fazia um remoinho perto da margem, tendo eu então concluído que venceria perfeitamente todos aqueles obstáculos se me dirigisse para a primeira corrente, porque nesse caso ficava certo de tirar proveito do remoinho.

Permaneci dois dias naquela colina porque o vento, soprando com força de ESE, lutava contra a corrente e rechaçava o mar para as rochas. Assim, não devia manter-me nem perto da costa pela rompante nem afastar-me de mais pela corrente.

No terceiro dia pela manhã o tempo modificara-se de súbito, o mar estava tranquilo e, por isso, aventurei-me a partir. O que se segue pode servir de exemplo a pilotos ignorantes e presumidos: mal dobrara a ponta das rochas, e quando não me afastara ainda da margem mais que o comprimento da canoa, encontrei-me com uma profundidade tão espantosa e no meio de uma corrente tão violenta como a comporta de um moinho. Arrastou-me com tal força que não pude conservar a canoa perto da margem, e afastei-me cada vez mais do remoinho que tinha à esquerda. Nem uma aragem corria para me ajudar, e a acção dos meus remos era nula. Então julguei-me perdido porque, como as correntes se dirigiam para os dois lados da ilha, calculei que deveriam juntar-se num certo ponto e que, arrastado para ali, me veria perdido sem remédio. Não tinha, pois, possibilidade de me salvar nem outra perspectiva do que a de perecer, não no mar, pois este apresentava-se muito tranquilo, mas no meio dos horrores da fome. Havia encontrado em terra, é certo, uma tartaruga que metera na piroga, tão grande que quase não podia levantá-la, e tinha enchido com água fresca uma das grandes vasilhas de barro.

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Capa do livro Robinson Crusoe
Páginas: 241
Página atual: 119

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
Capítulo 1 1
Capítulo 2 30
Capítulo 3 41
Capítulo 4 53
Capítulo 5 63
Capítulo 6 78
Capítulo 7 91
Capítulo 8 112
Capítulo 9 133
Capítulo 10 167
Capítulo 11 197
Capítulo 12 236