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Capítulo 8: Capítulo 8

Página 120
Mas de que poderiam servir-me aquelas provisões no meio do imenso oceano, onde talvez não deparasse com uma ilha ou terra firme a mil léguas de distância pelo menos?

Como é fácil à Providência, disse então, agravar a mais desgraçada das situações humanas! A minha ilha solitária parecia-me, naquele momento, o lugar mais sedutor do universo, e a felicidade maior que o meu coração podia desejar era voltar quanto antes para ela.

Não pode sequer imaginar-se o meu desespero quando me vi arrastado para longe da minha querida ilha: pelo menos assim então me parecia. Tinha-me afastado já mais de duas léguas e não me restava qualquer esperança de regresso. Apesar de tudo, manobrei sempre vigorosamente até as forças me ficarem quase esgotadas, e esforcei-me por manter a canoa virada ao norte; quer dizer, para o mesmo lado que vira no remoinho. Perto do meio-dia julguei notar sobre o meu rosto uma pequena brisa do SSE. Senti com isso alguma alegria e, sobretudo, quando cerca de meia hora depois se levantou um ligeiro vento fresco. Achava-me então a uma grande distância de terra, e se por desgraça houvesse aparecido um pouco de neblina, teria seguido outra rota, pois carecia de bússola e nunca mais conseguiria dar com a minha ilha, uma vez que fosse perdida de vista. Mas como o tempo se mantinha bom, endireitei o mastro e larguei a vela, dirigindo-me como me foi possível, para o norte a fim de sair da corrente. Mal a vela se enfunou, conheci pela transparência das águas que acabava de suceder uma mudança na corrente, porque no sítio em que estava com toda a sua força, as águas pareciam turvas, e notei que se tornavam mais cristalinas à medida que a sua violência diminuía. Depressa encontrei, cerca de um quarto de légua para leste, um rompante causado por algumas rochas, que separavam a corrente em dois braços: o mais considerável continuava a correr para sul, deixando o escolho a NE, ao passo que o outro, rechaçado pelas rochas, formava um remoinho rápido que se dirigia com força para NO.

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pág. 120 (Capítulo 8)

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Capa do livro Robinson Crusoe
Páginas: 241
Página atual: 120

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
Capítulo 1 1
Capítulo 2 30
Capítulo 3 41
Capítulo 4 53
Capítulo 5 63
Capítulo 6 78
Capítulo 7 91
Capítulo 8 112
Capítulo 9 133
Capítulo 10 167
Capítulo 11 197
Capítulo 12 236