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Capítulo 9: Capítulo 9

Página 136

Comecei então a cobrar ânimo e a dirigir a vista em meu redor. Não saía da fortaleza há três dias e respectivas noites; de modo que me via ameaçado com a falta de algumas provisões, pois apenas me tinham ficado algumas bolachas de cevada e água. Pensei a seguir em ir dar de comer às lamas, já que este era regularmente o meu recreio da tarde. Os pobres animais tinham sofrido muito; estavam alguns num estado lastimoso, e a maior parte tinha perdido o leite.

Animado com a ideia de que as marcas eram dos meus pés, e de que tivera medo da minha própria sombra, acabei por sair e ir à granja tratar do gado. Mas ao ver o temor com que caminhava, voltando constantemente a vista para trás, pronto a todo o momento a atirar para o chão a cesta e a fugir, ter-me-ia tomado por um homem agitado pelos remorsos da consciência ou presa de um temor recente, o que era efectivamente verdade.

Mesmo assim, tendo percorrido o caminho durante dois ou três dias sem nada ver, cobrei mais ânimo, e firmei-me na ideia de que aquilo fora um erro da minha imaginação. Não podia, apesar de tudo, ficar inteiramente convencido antes de ter descido à praia para medir as marcas e comparar a sua semelhança com a forma do meu pé. Mas logo que cheguei ao local onde vira aqueles vestígios reconheci claramente que, quando procurava um abrigo para a canoa, era impossível ter posto o pé naquele sítio nem nas suas cercanias; além disso, ao medir a marca, vi que era muito mais comprida do que a do meu pé. Estas duas circunstâncias despertaram toda a minha ansiedade, e novos temores me transtornaram outra vez o espírito a ponto de me causar calafrios. Voltei para casa, persuadido de que um ou muitos homens haviam saltado naquela praia, ou então que a ilha era habitada, e que eu podia ser atacado de improviso, sem saber de que maneira acudir à minha segurança.

A confusão das ideias manteve-me acordado toda a noite mas, ao aproximar-se o dia, fiquei adormecido. O cansaço do espírito e o aniquilamento da alma submergiram-me num sono muito profundo e despertei mais calmo.

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Capa do livro Robinson Crusoe
Páginas: 241
Página atual: 136

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
Capítulo 1 1
Capítulo 2 30
Capítulo 3 41
Capítulo 4 53
Capítulo 5 63
Capítulo 6 78
Capítulo 7 91
Capítulo 8 112
Capítulo 9 133
Capítulo 10 167
Capítulo 11 197
Capítulo 12 236