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Capítulo 9: Capítulo 9

Página 137
Comecei a pensar com o maior sangue-frio, e depois de ter mantido um largo debate interior, acabei por dizer para comigo que uma ilha tão deliciosa, tão fértil e tão próxima de grandes extensões de terreno, não deveria estar tão abandonada como julgara; que embora não houvesse habitantes nela, mesmo assim tocavam ali, ao que parecia, algumas embarcações de terra firme, quer voluntariamente, quer impelidas pelos ventos contrários; que tendo vivido durante quinze anos naquele lugar sem ter notado nem sequer a sombra de uma criatura humana, devia inferir daí que a gente do continente se vira obrigada a saltar em terra e voltara a embarcar ali; que o único perigo a temer era o de ser visto numa das arribadas forçadas de alguns povos errantes, que apenas duraria enquanto a escuridão e a maré se opusessem ao seu embarque, e que, portanto, não me ficava outro recurso que não fosse procurar um sítio seguro para o caso de virem a desembarcar selvagens na ilha.

Arrependi-me então de ter feito a minha gruta tão próxima da margem e de lhe ter dado uma saída pela parte exterior da paliçada, onde esta se ligava com a rocha. Para obviar a tal inconveniente, fiz uma segunda trincheira na mesma disposição semicircular, a alguma distância da primeira, justamente no local onde doze anos antes havia plantado uma fila dupla de árvores, tão perto umas das outras que apenas precisei de pôr um pequeno número de estacas entre elas para, em pouco tempo, construir uma muralha. Desta maneira, tinha então uma dupla fortificação: a exterior estava flanqueada por grossos paus, cabos velhos e tudo o que pudera imaginar para a tornar mais sólida, deixando sete aberturas bastante largas para poder meter o braço. Depois reforcei-a uns dez pés na parte interior e, amontoando a terra que tirava da gruta, pisei-a bem. Nas aberturas ou troneiras coloquei os sete mosquetes que trouxera do buque, como já disse, e instalei-os à laia de canhões sobre uma espécie de cornija; de forma que podia, no espaço de dois minutos, disparar toda a minha artilharia.

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pág. 137 (Capítulo 9)

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Capa do livro Robinson Crusoe
Páginas: 241
Página atual: 137

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
Capítulo 1 1
Capítulo 2 30
Capítulo 3 41
Capítulo 4 53
Capítulo 5 63
Capítulo 6 78
Capítulo 7 91
Capítulo 8 112
Capítulo 9 133
Capítulo 10 167
Capítulo 11 197
Capítulo 12 236