Arrependi-me então de ter feito a minha gruta tão próxima da margem e de lhe ter dado uma saída pela parte exterior da paliçada, onde esta se ligava com a rocha. Para obviar a tal inconveniente, fiz uma segunda trincheira na mesma disposição semicircular, a alguma distância da primeira, justamente no local onde doze anos antes havia plantado uma fila dupla de árvores, tão perto umas das outras que apenas precisei de pôr um pequeno número de estacas entre elas para, em pouco tempo, construir uma muralha. Desta maneira, tinha então uma dupla fortificação: a exterior estava flanqueada por grossos paus, cabos velhos e tudo o que pudera imaginar para a tornar mais sólida, deixando sete aberturas bastante largas para poder meter o braço. Depois reforcei-a uns dez pés na parte interior e, amontoando a terra que tirava da gruta, pisei-a bem. Nas aberturas ou troneiras coloquei os sete mosquetes que trouxera do buque, como já disse, e instalei-os à laia de canhões sobre uma espécie de cornija; de forma que podia, no espaço de dois minutos, disparar toda a minha artilharia.