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Capítulo 9: Capítulo 9

Página 142

O tempo e a convicção de que não corria qualquer risco de ser descoberto acabaram por me arrancar à minha ansiedade, e comecei a viver com tanta tranquilidade como antes, com a única diferença de que era mais prudente e de que estava alerta com mais frequência para eles não me verem. Com grandes cuidados, eu evitava, sobretudo, disparar, a fim de não ser ouvido pelos selvagens s~ se achassem na ilha. Constituía uma grande sorte possuir um rebanho de lamas domésticas, para não ter de caçá-las nos bosques com a escopeta. Já só as apanhava, quando o fazia, com o auxílio de armadilhas e laços, como sucedia ao princípio. Assim, durante dois anos, nem uma s? vez disparei, embora sempre que saísse levasse comigo a escopeta e que, das três pistolas que encontrara no buque, andasse sempre pelo menos com duas no meu cinturão de pele. Também tinha limpo uma das facas grandes e fizera umas correias para a pendurar. Era assim que nas minhas expedições apresentava um ar imponente, se se acrescentar ainda à descrição que fiz da minha pessoa as duas pistolas e o sabre enorme que, sem bainha, me pendia das costas.

As coisas foram assim andando durante algum tempo e, salvo estas precauções, acabara por recuperar a minha antiga vida aprazível e regular. Tudo isto contribuía cada vez mais para que a minha existência fosse melhor do que qualquer outra a que Deus tivesse podido destinar-me, o que me levava a reflectir que os homens, em vez de se queixarem, deviam reconhecer a sua posição e compará-la com a dos mais desgraçados e com a dos mais felizes.

Na minha presente condição poucas coisas havia que me fizessem realmente falta; apesar disso, o espanto que aqueles selvagens me tinham causado, e o tempo gasto na minha própria defesa, haviam debilitado os meus trabalhos em prol do meu bem-estar. Abandonara um projecto que me ocupou imenso tempo: tratar de converter uma parte da• cevada em malte para fazer cerveja. Esta ideia parecia caprichosa, e muitas vezes a afastei por absurda, pois era fácil ver, perante tudo o que me faltava para atingir o fim visado, uma porção de coisas necessárias, que não poderia suprir.

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pág. 142 (Capítulo 9)

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Capa do livro Robinson Crusoe
Páginas: 241
Página atual: 142

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
Capítulo 1 1
Capítulo 2 30
Capítulo 3 41
Capítulo 4 53
Capítulo 5 63
Capítulo 6 78
Capítulo 7 91
Capítulo 8 112
Capítulo 9 133
Capítulo 10 167
Capítulo 11 197
Capítulo 12 236