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Capítulo 11: Capítulo 11

Página 200
Depois de me ter passado para o outro lado, foi ajudar a desembarcar os nossos novos hóspedes; mas quando se viram em terra, como nem um nem outro podiam andar, o pobre Sexta-Feira não soube que fazer.

Procurei um meio de remediar aquele inconveniente e, chamando Sexta-Feira, disse-lhe que os sentasse na praia e que viesse comigo. Fabriquei rapidamente uma espécie de padiolas, sobre as quais Sexta-Feira e eu os transportámos para casa. Chegados à trincheira exterior da fortificação, deparámos com um obstáculo pior do que o primeiro, porque era impossível passá-los por cima das paliçadas e, por outro lado, não tinha vontade nenhuma de as derrubar. Nesta situação meti de novo mãos à obra e, com a ajuda de Sexta-Feira, fiz em pouco mais de duas horas, entre a trincheira exterior e o bosquete de árvores que plantara, uma tenda muito bonita com velas velhas, coberta de ramos de árvores. Arranjámos a seguir duas camas, com o que havia em maior abundância, isto é, com palha de arroz, em cima da qual estendemos duas mantas, uma para se deitarem e outra para se cobrirem.

A minha ilha estava agora povoada, e já me via rico e com súbditos; desta maneira, dizia para comigo às vezes, rindo, parecia verdadeiramente um monarca. Em princípio, toda a terra era minha propriedade absoluta; por conseguinte, tinha um direito incontestável de domínio; eu era para eles o seu dono e o seu legislador; todos me deviam a vida, e todos estavam prontos a sacrificá-la por mim. Os meus três súbditos professavam cada um uma religião diferente: o meu criado Sexta-Feira era protestante; o pai dele, pagão e canibal; o espanhol, católico. E, todavia, instaurei a liberdade de consciência em toda a extensão dos meus domínios, diga-se de passagem.

Tão depressa assegurei aos dois pobres prisioneiros um abrigo e um lugar de repouso, ocupei-me da sua subsistência. Primeiro, ordenei a Sexta-Feira que escolhesse no meu rebanho uma lama nova, com um ano, para ser morta; em seguida, cortando um quarto traseiro em pequenos bocados, encarreguei-o de cozê-los e guisá-los. Preparou, pois, um excelente guisado de carne, ao qual fiz acrescentar um pouco de cevada e de arroz.

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Capa do livro Robinson Crusoe
Páginas: 241
Página atual: 200

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
Capítulo 1 1
Capítulo 2 30
Capítulo 3 41
Capítulo 4 53
Capítulo 5 63
Capítulo 6 78
Capítulo 7 91
Capítulo 8 112
Capítulo 9 133
Capítulo 10 167
Capítulo 11 197
Capítulo 12 236