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Capítulo 11: Capítulo 11

Página 201
Como nunca acendia o lume no interior das trincheiras e fizera a citada comida ao ar livre, mandei-o levar tudo para a tenda nova, onde se preparou a mesa; sentei-me e comi com os meus hóspedes, animando-os e entretendo-os o melhor que pude. Sexta-Feira era o meu intérprete, não só em relação ao pai, mas também em relação ao espanhol, que falava com bastante perfeição o idioma dos selvagens.

Quando acabámos de jantar ou, melhor, de cear, ordenei a Sexta-Feira que levasse uma das canoas e fosse buscar as nossas armas que, por falta de tempo, tínhamos deixado no campo de batalha. No dia seguinte mandei enterrar os selvagens, pois, se ficassem expostos ao ardor do sol, teriam podido causar-nos enfermidades. Também mandei ocultar os numerosos restos daquele espantoso festim. Não podia suportar a ideia de ser eu próprio a fazê-lo, e preferia privar-me de ir para aquele lado da costa do que arriscar-me a vê-los. Todas as minhas ordens foram pontualmente cumpridas, não ficando o mínimo vestígio dos selvagens. De forma que, quando tornei àqueles sítios maios pude reconhecer, salvo pela ponta do bosque que avançava daquele lado.

Comecei então a falar um pouco com os meus novos súbditos. Ao princípio, disse a Sexta-Feira que perguntasse ao pai o que pensava a respeito dos selvagens fugidos na canoa: se devíamos esperar que voltassem com forças superiores, às quais não poderíamos resistir. A sua primeira opinião foi que aqueles desgraçados não teriam podido escapar do temporal que soprou toda a noite depois da sua fuga; que, sem dúvida alguma, se teriam afogado ou sido arrastados para sul contra as costas, onde teriam sido devorados sem salvação possível. Mas que, no tocante ao que eles fariam se, por casualidade, conseguissem chegar à terra, nada podia dizer. Apesar disso, era de opinião que, mortalmente assustados com o modo como os tínhamos atacado, com o barulho, com o fogo das nossas armas, contariam aos compatriotas que haviam sido feridos pelos trovões e pelos raios, e não pela mão dos homens, e que os dois seres que lhes haviam aparecido (Sexta-Feira e eu) deviam ser fúrias ou espíritos celestes vindos à terra para os destruir, e não homens armados.

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Capa do livro Robinson Crusoe
Páginas: 241
Página atual: 201

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
Capítulo 1 1
Capítulo 2 30
Capítulo 3 41
Capítulo 4 53
Capítulo 5 63
Capítulo 6 78
Capítulo 7 91
Capítulo 8 112
Capítulo 9 133
Capítulo 10 167
Capítulo 11 197
Capítulo 12 236