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Capítulo 1: Capítulo 1

Página 21

- Não é necessário - respondi-lhe -; basta largar o cabo com uma bóia e sair para o mar; o animal não poderá seguir-nos durante muito tempo.

Mal havia acabado de pronunciar estas palavras quando dei pela fera a duas varas da chalupa. Ao princípio assustado, tive depois a presença de espírito suficiente para pegar na escopeta do camarote e descarregá-la sobre o monstro, o qual imediatamente retrocedeu e se apressou a alcançar a praia nadando.

Torna-se impossível dar uma ideia dos gritos e uivos espantosos que ouvimos, tanto na margem como já terra adentro, ao ruído e explosão do tiro. Segundo todas as aparências era a primeira vez que ecoavam nos ouvidos daqueles animais. Vi, no entanto, que seria uma loucura arriscar-me a desembarcar naquele sítio durante a noite. E continuava a ser uma dificuldade saltar a terra de dia, pois cair nas mãos dos selvagens teria sido tão mau como cair nas garras dos leões e tigres; pelo menos, tínhamos tanto medo de uns como de outros.

De qualquer maneira víamo-nos precisados de desembarcar em qualquer parte para fazer aguada, pois não tínhamos um único quartilho de água. Mas que altura e lugar escolher para isso? Essa é que era a dificuldade. Xuri disse-me que, se eu quisesse, iria a terra à procura de água; que faria todos os esforços possíveis para encontrá-la e, em caso dela existir, a iria trazer de seguida. Perguntei-lhe por que é que desejava ir; se não era melhor ir antes eu próprio e ficar ele a bordo. O rapaz respondeu-me de um modo tão afectuoso que dali em diante passei a gostar dele entranhadamente.

- É que - disse -, se aparecerem os homens selvagens comem-me a mim, e o senhor salva-se:

- Bem, Xuri - respondi-lhe -, então Iremos os dois. Se os selvagens aparecerem, havemos de os matar, nenhum de nós lhes servirá de presa.

Dei-lhe um pedaço de bolacha e fi-lo beber um copinho de licor. Dirigi em seguida a chalupa para a parte da costa que nos pareceu mais indicada e saltámos em terra, levando apenas as nossas armas e dois tonéis para a água.

Não me atrevia a perder de vista a chalupa, com medo de que os selvagens descessem o rio nas suas canoas.

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Capa do livro Robinson Crusoe
Páginas: 241
Página atual: 21

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
Capítulo 1 1
Capítulo 2 30
Capítulo 3 41
Capítulo 4 53
Capítulo 5 63
Capítulo 6 78
Capítulo 7 91
Capítulo 8 112
Capítulo 9 133
Capítulo 10 167
Capítulo 11 197
Capítulo 12 236