Como caminhávamos na escuridão, não se podia reconhecer quantos éramos. Ordenei então ao marinheiro que tínhamos encontrado na chalupa, e que se havia passado para nós, que chamasse os camaradas pelos nomes, com o intuito de tratar de conferenciar com eles e, como consequência disso, acordar talvez numa capitulação, o que obteve um êxito completo. Percebe-se efectivamente muito bem que na sua situação não deviam pedir outra coisa que não fosse uma capitulação. O marinheiro pôs-se a dar vozes com todas as suas forças, chamando um deles.
- Tom Smith! Tom Smith!
- És tu, Robert? - respondeu imediatamente Tom
Smith, que lhe reconhecera a voz.
- Sim, sim - replicou Robert. - Em nome de Deus, Tom Smith, entreguem as armas e rendam-se, porque de contrário serão todos mortos já de seguida.
- E a quem nos temos de render? E onde estás? - exclamou Smith.
- Estamos aqui. Está também o nosso comandante e mais cinquenta homens que o acompanham e que os procuram há mais de duas horas - respondeu -; o segundo-contramestre foi morto, Wilfred está perigosamente ferido e eu prisioneiro. Se não se rendem todos, estão perdidos.