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Capítulo 4: Capítulo 4

Página 59
Como a razão logrou impor-se ao abatimento, comecei a consolar-me comparando os bens e os males, estabelecendo uma espécie de deve e haver; de um lado os prazeres que desfrutava, e do outro os males que sofria, do modo seguinte:

MALES

Sou atirado para uma horrível ilha deserta, sem esperança de voltar a sair dela.

Fui separado do resto do mundo para cair no estado mais deplorável.

Vejo-me apartado do mundo como um solitário, desterrado da sociedade e dos seus semelhantes.

Não tenho fatos para me cobrir.

Vejo-me sem meios de defesa para resistir aos ataques dos selvagens e das feras.

Não tenho ninguém com quem falar e que me console.

BENS

Mas vejo que não me afoguei como os meus companheiros.

Mas sou o único da tripulação que foi arrancado à morte; e Ele, que tão milagrosamente me salvou a vida, também pode tirar-me desta triste situação. Mas não sofro os horrores da fome; não estou condenado a perecer num lugar estéril que me negue o sustento.

Mas estou num clima quente, onde os fatos me seriam quase inúteis.

Mas na ilha para que fui atirado não existe nenhum animal daninho como os que vi na costa de África. Que seria de mim se nela tivesse naufragado!

Mas o céu, milagrosamente, conduziu o navio para bem perto de terra a fim de poder lá ir buscar uma porção de coisas que me colocam em situação de prover às minhas necessidades não só no presente mas também no futuro.

Tendo assim trazido ao espírito um certo alívio, abandonei o costume de olhar para o mar a ver se descobria alguma embarcação; resolvi consagrar-me à solução do meu modo de vida e fazer as coisas do modo mais fácil possível.

Descrevi já a minha casa, que era uma tenda situada ao pé de um penhasco, rodeada por uma cerca dupla de estacas e de cabos, a que hoje poderia chamar uma muralha, porque tinha, efectivamente, levantado uma espécie de muro do lado exterior; reforçado com dois pés de espessura; e ao fim de algum tempo, creio que um ano e meio, juntei umas vigas que, saindo do alto da paliçada, descansavam sobre o penhasco, e cobri-as depois com ramos de árvore e outros materiais para defender-me das chuvas que caíam abundantemente durante uma parte do ano.

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Capa do livro Robinson Crusoe
Páginas: 241
Página atual: 59

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
Capítulo 1 1
Capítulo 2 30
Capítulo 3 41
Capítulo 4 53
Capítulo 5 63
Capítulo 6 78
Capítulo 7 91
Capítulo 8 112
Capítulo 9 133
Capítulo 10 167
Capítulo 11 197
Capítulo 12 236