Procurar livros:
    Procurar
Procurar livro na nossa biblioteca
 
 
Procurar autor
   
Procura por autor
 
marcador
  • Sem marcador definido
Marcador
 
 
 

Capítulo 7: Capítulo 7

Página 117
Existia algo de defensivo no contacto com o corpo pequeno e bem torneado. Ela ansiava por conhecer o significado do amor físico, mas, ao mesmo tempo, temia-o. Destruir-lhe-ia a juventude, o mundo juvenil sem sexo em que decidira viver.

Ele descolou a boca da dela para perguntar: -Amas-me?

- Decerto, tonto. Porque estás sempre a perguntar-me isso?

- Gosto de te ouvir dizê-lo. Nunca me sinto seguro de ti até que o dizes.

- Mas porquê?

- Bem, podes ter mudado de' ideias. No fundo, não sou exactamente a resposta às preces de uma donzela. Tenho trinta anos e, ainda por cima, carcomido.

- Não digas disparates! Quem te ouvisse, julgaria que tens cem anos. Somos da mesma idade, como sabes.

- Sim, mas tu não estás carcomida.

Rosemary roçou a face pela dele e sentiu a aspereza da barba de dois dias. Os ventres estavam colados. Gordon pensava nos dois anos durante os quais a desejava e nunca a possuíra. Com os lábios quase pousados na orelha dela, murmurou:

- Alguma vez dormirás comigo?

- Sim, um dia. Mas não para já. Um dia.

- É sempre «um dia». Há dois anos que não dizes outra coisa.

- De acordo, mas não o posso evitar.

Tornou a comprimi-la contra a parede, afastou o absurdo chapéu e afundou o rosto no cabelo. Era torturante estar tão perto dela para nada. Colocou-lhe a mão debaixo do queixo e inclinou o pequeno semblante para cima, numa tentativa para distinguir os traços fisionómicos na escuridão quase total.

- Diz que sim, Rosemary. Vá, querida!

- Sabes que direi, um dia.

- Pois sim, mas não um dia. Agora. Não me refiro a este momento, mas em breve. Quando tivermos uma oportunidade. Diz que sim!

- Não posso. Não posso prometer nada.

- Diz que sim, Rosemary. Por favor!

- Não.

Acariciando o rosto invisível, Gordon citou:

Veuillez le dire donc selon
Que vaus êtes benigne et douce,
Car se doux mot n'est pas si long
Qu'il vous fasse mal en la bouche.

- Que quer isso dizer? - Ela fez uma pausa, enquanto ele traduzia. - Não posso, Gordon. Não posso, pronto.

<< Página Anterior

pág. 117 (Capítulo 7)

Página Seguinte >>

Capa do livro O Vil Metal
Páginas: 257
Página atual: 117

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
Capítulo 1 1
Capítulo 2 2
Capítulo 3 22
Capítulo 4 38
Capítulo 5 66
Capítulo 6 85
Capítulo 7 109
Capítulo 8 129
Capítulo 9 159
Capítulo 10 185
Capítulo 11 212
Capítulo 12 231
Capítulo 13 251