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Capítulo 7: Capítulo 7

Página 118

- Diz que sim, Rosemary. É tão fácil como dizer que não.

- Enganas-te. Para ti talvez, que és homem. Para uma mulher é muito diferente.

- Diz que sim, Rosemary! «Sim» é uma palavra tão curta e fácil! Vá lá. Diz «sim».

- Até parece que estás a ensinar um papagaio a falar.

- Não brinques com isto, gaita!

Era escusado insistir. Por último, regressaram à rua principal e seguiram para sul. Com base nos movimentos ágeis e irrepreensíveis de Rosemary, no seu aspecto geral de quem sabe cuidar de si e encara a vida como uma mera anedota, uma pessoa podia ficar com uma ideia, muito aproximada da sua educação e antecedentes mentais. Era a filha mais velha de uma daquelas numerosas e famintas famílias ainda existentes aqui e ali nas classes médias. Houvera catorze filhos ao todo - o pai era um solicitador de província. Algumas irmãs de Rosemary tinham casado, enquanto outras se dedicavam ao ensino ou possuíam agências de ensino de dactilografia, enquanto os irmãos tinham optado pela lavoura no Canadá e em plantações de chá no Ceilão, ou pertenciam a obscuros regimentos do Exército indiano. À semelhança de todas as mulheres que tiveram uma infância desprovida de acontecimentos notáveis, ela desejava continuar adolescente, razão pela qual se revelava tão imatura, no capítulo do sexo.

Conservara até tarde na vida a animada atmosfera assexuada de uma grande família. Por outro lado, absorvera nos ossos o código do fair play e vive-e-deixa-viver. Era profundamente magnânima e incapaz de fanfarronadas espirituais. A Gordon, que adorava, suportava quase tudo. Constituía a medida da, sua magnanimidade o facto de nem uma única vez, nos dois anos das suas relações, o ter censurado por não procurar um modo de vida mais apropriado.

Ele estava consciente de tudo isto, mas de' momento pensava noutras coisas. Nos pálidos círculos de luz em torno dos candeeiros, junto do corpo mais pequeno e elegante de Rosemary, sentia-se desajeitado, andrajoso e sujo. Lamentava com veemência não se ter barbeado pela manhã.

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pág. 118 (Capítulo 7)

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Capa do livro O Vil Metal
Páginas: 257
Página atual: 118

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
Capítulo 1 1
Capítulo 2 2
Capítulo 3 22
Capítulo 4 38
Capítulo 5 66
Capítulo 6 85
Capítulo 7 109
Capítulo 8 129
Capítulo 9 159
Capítulo 10 185
Capítulo 11 212
Capítulo 12 231
Capítulo 13 251