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Capítulo 8: Capítulo 8

Página 132
A viagem agradava-lhes tanto, que desejavam conservar-se mais tempo no comboio.

Em Slaugh, apearam-se e seguiram para Farnham Comman numa camioneta absurda cor de chocolate sem tejadilho. Slough ainda não despertara por completo. Rosemary recordava-se da caminha, agora que se achavam em Farnham Cammon. Percorria-se uma estrada de piso irregular e desembocava-se numa larga área relvada polvilhada de vidoeiros de ramagens desnudas. O faia situava-se um pouco adiante. Não se movia uma única folha, das poucas que ainda restavam. As árvores erguiam-se como fantasmas na atmosfera serena.

Eles soltavam exclamações frequentes ante a beleza da que se lhes deparava. As gotas de orvalho, a quietude, os caules acetinados dos vidoeiros, a suavidade da relva sob os pés!... Não obstante, a princípio sentiram-se constrangidos e deslocados, como acontece aos londrinos quando saem da capital. Gordon tinha a impressão de que vivera na subsolo durante muito tempo - estiolado e desleixado. Deslizou para trás de Rosemary, para que não lhe visse o rosto destituído de cor. Por outro lado, ficaram ofegantes depois de transporem algumas centenas de metros, porque estavam habituados a caminhar apenas em Londres, e, na primeira meia hora, quase não trocaram palavra. Imergiram no arvoredo e rumaram a oeste, sem uma ideia concreta do destino final - qualquer sítio, desde que fosse longe de Londres. Em volta, as faias abundavam, curiosamente fálicas, com a sua casca lisa e brilhante e estrias na base. Não crescia nada junta das suas raízes, mas as folhas secas caídas estavam dispostas numa camada tão densa que, observadas de longe, as encostas pareciam superfícies de seda cor de cobre. Dava a Impressão de que não havia vivalma acordada. Por fim, Gordon voltou a colocar-se ao lado de Rosemary e passaram a caminhar de mãos dadas através das folhas, que produziam uma espécie de murmúrio de protesto sob os seus pés. Por vezes, enveredavam por traços da estrada em que se viam construções enormes - casas de campo opulentas, outrora, nos tempos das carruagens, mas agora abandonadas e invendíveis.

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pág. 132 (Capítulo 8)

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Capa do livro O Vil Metal
Páginas: 257
Página atual: 132

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
Capítulo 1 1
Capítulo 2 2
Capítulo 3 22
Capítulo 4 38
Capítulo 5 66
Capítulo 6 85
Capítulo 7 109
Capítulo 8 129
Capítulo 9 159
Capítulo 10 185
Capítulo 11 212
Capítulo 12 231
Capítulo 13 251