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Capítulo 8: Capítulo 8

Página 131

Aproveitou o tempo na viagem de «eléctrico» para proceder a um cálculo mental. Treze xelins e nove pence na mão. Duas passagens de ida e volta para Slough, cinco xelins. Bilhetes de autocarro, uns dois; sete ao todo, portanto. Pão com queijo e cerveja num botequim, nove. Chá, oito cada um, doze xelins. Um para tabaco, treze. Restavam nove pence para emergências. Não passariam mal o dia. E quanto ao resto da semana? Nem um péni para cigarros! No entanto, decidiu não se preocupar com isso. O que aconteceria naquele dia absorvia-lhe todo o interesse.

Rosemary foi pontual. Constituía uma das suas virtudes nunca chegar atrasada, e mesmo a uma hora tão matinal mostrava-se elegante e bem disposta. Trajava impecavelmente, como de costume. Voltara a pôr o chapéu do seu último encontro, porque ele dissera que lhe agradava.

Tinham a estação praticamente por sua conta. A vasta e cinzenta gare deserta, cheia de detritos, apresentava um aspecto de abandono, como se dormisse até mais tarde após uma noite de devassidão. Um empregado explicou-lhes, entre bocejos, a melhor maneira de se dirigirem a Burnham Beeches, e não tardaram a encontrar-se num compartimento de terceira classe para não fumadores que rolava para oeste, enquanto a selva londrina ia ficando para trás e cedia o lugar a campos fuliginosos salpicados de cartazes publicitários dos Comprimidos Longa Vida para o Fígado. Fazia um dia calmo e comparativamente quente'. As preces de Gordan tinham-se concretizado. Era um daqueles dias sem vento que quase não se distinguem dos de Verão. Pressentia-se o Sol por detrás da neblina e decerto acabaria por se tornar visível. Eles sentiam-se profunda e incrivelmente felizes. Havia uma sensação de aventura arrojada no acto de sair de Londres, com a longa permanência no «campo» estendida à sua frente. Faziam meses para Rosemary e um ano para Gordon que não punham os pés no «campo». Sentavam-se' juntos, com o Sunday Times aberto sobre os joelhos. No entanto, não o liam, pois preferiam olhar os campos, as vacas, as casas, camiões carregados de produtos hortícolas e fábricas ao longe.

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Capa do livro O Vil Metal
Páginas: 257
Página atual: 131

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
Capítulo 1 1
Capítulo 2 2
Capítulo 3 22
Capítulo 4 38
Capítulo 5 66
Capítulo 6 85
Capítulo 7 109
Capítulo 8 129
Capítulo 9 159
Capítulo 10 185
Capítulo 11 212
Capítulo 12 231
Capítulo 13 251