O Vil Metal - Cap. 8: Capítulo 8 Pág. 157 / 257

Algo nas profundezas fez estremecer o pavimento.

Uma composição do metropolitano que deslizava através das entranhas da terra. Ele teve uma visão de Londres, do mundo ocidental- vislumbrou mil milhões de escravos que labutavam sem cessar em volta do trono do dinheiro. A terra é lavrada, os barcos navegam, os mineiros transpiram em túneis gotejantes, empregados de escritório correm para apanhar o comboio das oito e um quarto, com o medo do patrão a corroer-lhes os órgãos genitais. E na própria cama, com as esposas, eles tremem e obedecem. Obedecem a quem? Ao sacerdócio do dinheiro, aos rosados senhores do mundo. A Crusta Superior. Uma corrida de coelhos jovens e entusiastas em carros de um milhar de libras, de corretores da Bolsa praticantes de golfe e financeiros cosmopolitas, de advogados do Supremo Tribunal e janotas arautos da última moda, de banqueiros e proprietários de jornais, romancistas dos quatro sexos, pugilistas americanos, aviadores, estrelas cinematográficas, bispos, poetas titulares e gorilas de Chicago.

Transpusera mais cinquenta metros, quando lhe acudiu a rima para a estrofe final do seu poema.





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