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Capítulo 9: Capítulo 9

Página 172
A atmosfera era terrível no enorme e ruidoso café, insuportavelmente quente, com o autêntico pandemónio provocado pelos sons dos pratos e copos e acordes intermitentes do grupo musical. No fundo, desejavam os três retirar-se. Ravelston continuava a preocupar-se com a despesa, Rosemary afligia-se=com a bebedeira de Gordon e este sentia-se impaciente e com sede. Insistira em entrar ali, mas, mal se vira dentro, ansiara por se escapar. A metade' ébria desejava um pouco de divertimento e não se deixaria dominar por muito mais tempo.

«Cerveja, cerveja!", exigira. Ele detestava aquele lugar sufocante. Acudiam-lhe visões de uma taberna com barricas descomunais e canecas encimadas por uma camada de espuma. Entretanto, não perdia o relógio de vista. Eram quase dez e meia, e os botequins fechavam às onze, mesmo os de Westminster. Não podia prescindir da sua cerveja! A garrafa de vinho era para mais tarde, quando os botequins estivessem encerrados. Rosemary sentava-se na sua frente, a conversar com Ravelston, desconfortavelmente, mas com presença de espírito suficiente para fingir que se divertia e nada a apoquentava. Continuavam a trocar impressões, de um modo assaz fútil, acerca de Shakespeare. Gordon detestava o famoso bardo. Ao ver Rosemary exprimir-se com serenidade, assolou-o o desejo violento e perverso de a possuir. Ela inclinava-se para a frente, cotovelos pousados na mesa, e ele conseguia descortinar os seios pequenos e firmes através do vestido. Acudiu-lhe com uma espécie de sensação de choque que o fez conter o alento e quase o tornou de novo sóbrio, que a vira despida. Era a sua pequena! Podia possuí-la quando quisesse! E ninguém o impediria de a possuir naquela noite! Por que não? Constituiria a apoteose mais apropriada do agitado serão. Descobririam um local sem dificuldade, pois havia numerosos hotéis em torno da Shaftesbury Avenue, onde não faziam perguntas embaraçosas a quem podia pagar a conta. Restava-lhe a nota de cinco libras. Procurou-lhe o pé debaixo da mesa', empenhado em lhe imprimir uma carícia delicada, e só conseguiu pisá-lo.

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Capa do livro O Vil Metal
Páginas: 257
Página atual: 172

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
Capítulo 1 1
Capítulo 2 2
Capítulo 3 22
Capítulo 4 38
Capítulo 5 66
Capítulo 6 85
Capítulo 7 109
Capítulo 8 129
Capítulo 9 159
Capítulo 10 185
Capítulo 11 212
Capítulo 12 231
Capítulo 13 251