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Capítulo 10: Capítulo 10

Página 193
Mais tarde, ele não conseguia recordar-se de nada da sala, à excepção do brasão por cima da cadeira do magistrado. Este despachava os ébrios à razão de dois por minuto. Aos acordes de «John-Smith-bêbado-inveterado-bêbado? -sim-seis-xelins-seguinte!", eles circulavam pelo banco dos réus, como uma fila de interessados em apostar nas corridas diante do guiché de uma agência da especialidade. No caso de Gordon, porém, a sessão durou dois minutos em vez de trinta segundos, porque agredira um agente da autoridade e o sargento teve de depor, a fim de confirmar que o arguido o atingira numa orelha e chamara-lhe... bastardo.

Registou-se igualmente certa sensação entre a assistência, porque Gordon, quando interrogado na esquadra, se intitulara poeta. Devia estar muito bêbado para fazer semelhante afirmação, e o juiz olhou-o com desconfiança.

- Vejo aqui que se considera poeta. É de facto poeta?

- Escrevo poesia - disse Gordon em tom amuado.

- Hum... Bem, parece que isso não lhe ensinou a comportar-se decentemente em público. Vai pagar cinco libras ou cumprir catorze dias de prisão. Seguinte!

E nada mais. Não obstante, algures ao fundo da sala, um repórter enfastiado apurara os ouvidos.

Noutra sala do edifício, um sargento da Polícia sentado diante de um livro enorme inscrevia o quantitativo das multas aplicadas aos ébrios e recebia o dinheiro. Os que não podiam pagar eram conduzidos de novo para a cela, e Gordon esperava que fosse esse o seu destino. Ao invés, quando abandonou a sala de audiência, viu que Ravelston o aguardava e já entregara a importância da multa. Não protestou e permitiu que o editor o arrastasse para um táxi e conduzisse ao apartamento em Regent's Park. Mal chegaram, Gordon tomou um banho quente, de que estava urgentemente necessitado, depois dos ambientes altamente contagiosos que frequentara desde a véspera. Ravelston emprestou-lhe uma navalha de barbear, uma camisa, pijama, peúgas e roupa interior e até saiu à rua para comprar uma escova de dentes. Na verdade, mostrava-se singularmente solícito.

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Capa do livro O Vil Metal
Páginas: 257
Página atual: 193

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
Capítulo 1 1
Capítulo 2 2
Capítulo 3 22
Capítulo 4 38
Capítulo 5 66
Capítulo 6 85
Capítulo 7 109
Capítulo 8 129
Capítulo 9 159
Capítulo 10 185
Capítulo 11 212
Capítulo 12 231
Capítulo 13 251