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Capítulo 10: Capítulo 10

Página 200
A resposta era sempre a mesma: não havia vagas. Alguns, livreiros admitiam pessoal a título eventual, para O' acréscimo de clientes no Natal, mas Gordon não correspondia ao que procuravam. Não era elegante, nem subserviente - usava roupa coçada e exprimia-se com a inflexão de um cavalheiro. De resto, duas ou três perguntas hábeis proporcionavam a revelação de que fora despedido do emprego anterior por embriaguez.

Assim, no final do terceiro dia, desistiu. Sabia que não merecia a pena insistir, e fora apenas para comprazer Ravelston que efectuara algumas diligências.

Ao fim da tarde, regressou ao apartamento, com os pés doridos e os nervos em franja resultante de uma série de rejeições. Deslocava-se sempre a pé para economizar as duas libras de Ravelston. Quando apareceu, este acabava de chegar do escritório nos baixos do prédio e sentava-se numa poltrona diante do lume, com algumas provas para rever sobre o joelho.

- Conseguiu alguma coisa? - perguntou, como de costume, levantando a cabeça.

Gordon não respondeu, de contrário proferiria uma torrente de obscenidades. Sem olhar sequer o editor, seguiu directamente para o quarto, descalçou os sapatos e deixou-se cair pesadamente na cama. Naquele momento, detestava-se solenemente. Por que voltara ali? Com que direito regressava àquele apartamento e sugava Ravelston, quando na realidade já não lhe apetecia procurar emprego? Devia ter ficado na rua, para dormir em Trafalgar Square e dedicar-se à mendicidade, pois estava disposto a tudo. No entanto, ainda não reunira coragem suficiente para se instalar nas artérias da cidade. A perspectiva de conforto e um tecto impelira-o a regressar. Conservava-se deitado, mãos sobrepostas debaixo da cabeça imerso num misto de apatia e ódio a si próprio. Cerca de meia hora mais tarde, ouviu tocar a campainha da porta e Ravelston levantar-se para ir abrir. Provavelmente era a cabra da Hermione Slater. Ravelston apresentara-lha dois dias atrás e ela olhara-o como se tivesse peste. No entanto, um momento depois, soou uma pancada na porta do quarto.

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pág. 200 (Capítulo 10)

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Capa do livro O Vil Metal
Páginas: 257
Página atual: 200

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
Capítulo 1 1
Capítulo 2 2
Capítulo 3 22
Capítulo 4 38
Capítulo 5 66
Capítulo 6 85
Capítulo 7 109
Capítulo 8 129
Capítulo 9 159
Capítulo 10 185
Capítulo 11 212
Capítulo 12 231
Capítulo 13 251