Sangue Azul - Cap. 12: 12 Pág. 130 / 287

No entanto, quando o plano foi dado a conhecer a Mary, acabou-se a paz em que tudo fora elaborado. Ela ficou muito afrontada, mostrou-se muito veemente e queixou-se muito da injustiça de esperarem que partisse em vez de Anne - de Anne, que não era nada a Louisa, enquanto ela era sua cunhada e quem tinha mais direito de ficar no lugar de Henrietta! Por que não podia ela ser tão útil como Anne? E ainda por cima ir para casa sem Charles, sem o seu marido! Não, era uma indelicadeza sem par! Em resumo, disse mais do que o seu marido conseguiu suportar durante muito tempo. E como nenhum dos outros tinha autoridade para se opor quando ele cedia, não houve outro remédio: a troca de Mary por Anne foi inevitável.

Anne jamais se submetera com maior relutância às exigências ciumentas e desvairadas de Mary. Mas não teve outra solução e lá foram para a cidade, Charles acompanhando a irmã e o capitão Benwick a acompanhá-la a ela. Dedicou uns momentos breves, enquanto seguiam apressadamente, à recordação das pequenas circunstâncias que os mesmos lugares tinham testemunhado de manhã, mais cedo. Ali escutara os planos de Henrietta para que o Dr. Shirley deixasse Uppercross; mais adiante, vira pela primeira vez Mr. Elliot - um momento parecia tudo quanto era agora possível dedicar a alguém que não fosse Louisa ou aqueles envolvidos no seu bem-estar.

O capitão Benwick mostrou-se muito atencioso e deferente com ela, e, unidos como todos eles pareciam pela aflição daquele dia, ela sentiu maior benevolência em relação a ele, e até um certo prazer em pensar que talvez a ocasião fosse apropriada para continuarem o seu conhecimento.

O capitão Wentworth esperava-os, e uma carruagem e quatro cavalos aguardava-os, para maior conveniência deles, na parte mais baixa da rua.





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