Sangue Azul - Cap. 13: VOLUME II – 1 Pág. 140 / 287

Mrs. Croft tratava-a sempre com uma bondade que lhe proporcionava o prazer de se imaginar uma favorita. E na presente ocasião, ao recebê-la naquela casa, dedicou-lhe especial atenção.

O triste acidente em Lyme depressa se tornou o tópico principal da conversa. E, comparando as notícias mais recentes que tinham da acidentada, pareceu que cada uma delas datava o seu conhecimento da mesma hora da manhã da véspera, que o capitão Wentworth estivera no dia anterior em Kellynch (a primeira vez desde o acidente), trouxera a Anne o último bilhete, cujo trajecto exacto ela não conseguira traçar, demorara-se algumas horas e depois voltara para Lyme - e sem qualquer intenção presente de voltar a sair de lá. Ficou a saber que perguntara especialmente por ela: manifestara a sua esperança de que Miss Elliot não tivesse sofrido as consequências dos seus esforços, os quais qualificara de extraordinários. Isto foi bonito, e quase nenhuma outra coisa poderia ter causado a Anne maior prazer.

Quanto à triste catástrofe propriamente dita, só podia ser debatida de uma maneira por duas mulheres equilibradas e sensatas, cujas opiniões tinham de se basear em factos concretos. Por isso foi decidido, sem hesitação, que fora tudo resultado de muita irreflexão e muita imprudência, que os seus efeitos eram muito alarmantes e que era assustador pensar durante quanto tempo mais o restabelecimento de Miss Musgrove podia estar em dúvida e o perigo que ela corria de continuar a sofrer no futuro sequelas do traumatismo! O almirante resumiu tudo nas seguintes palavras:

- Uma coisa muito desagradável, de facto. Uma moda nova de um indivíduo jovem fazer a corte, partindo a cabeça à namorada! Não acha, Miss Elliot? É o que eu chamo partir uma cabeça e emplastrá-la!





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