tantas coisas todos os dias, houvera tantos passeios entre os alojamentos deles e a casa dos Harville, e ela fora buscar tantos livros à biblioteca e trocara-os com tanta frequência, que o saldo final fora sem dúvida muito favorável a Lyme. Também a tinham levado a Charmouth, e banhara-se e fora à igreja, onde havia muito mais gente para observar do que na de Uppercross, e... - e tudo isso, somado à consciência de ser muito útil, tornara aquela quinzena realmente muito agradável.
Anne perguntou pelo capitão Benwick. O rosto de Mary toldou-se de imediato. Charles riu-se.
- Oh, o capitão Benwick está muito bem, creio, mas acho-o um jovem muito estranho. Não sei o que lhe vai na cabeça. Convidámo-lo para vir passar um dia ou dois connosco, o Charles encarregou-se de lhe proporcionar uma oportunidade de caçar um pouco, ele pareceu encantado e eu, pela minha parte, pensei que estava tudo combinado. Mas eis que, na terça-feira à noite, ele apresentou uma desculpa muito desajeitada: que «nunca caçava», que «tinha sido inteiramente mal interpretado», que tinha prometido isto, que tinha prometido aquilo... bem, resumindo, descobri que não tencionava vir. Suponho que teve receio de se aborrecer, mas, palavra, a minha opinião é que no chalé seríamos bastante animados para um homem com o coração despedaçado como o capitão Benwick.
Charles riu-se de novo e disse:
- Ora, Mary, tu sabes muito bem o que realmente se passou. A culpa foi toda tua. - Voltou-se para Anne e continuou: - Ele imaginou que, se viesse connosco, a encontraria perto, pois julgava que vivíamos todos em Uppercross. Depois, quando descobriu que Lady Russell residia a cinco quilómetros de distância, o coração desfaleceu-lhe e não teve coragem para vir. Os factos são estes, juro por minha honra.