Sangue Azul - Cap. 16: 4 Pág. 164 / 287

Tinha andado a usar alguma coisa especial?

- Não, nada.

- Apenas Gowland - sugeriu ele.

- Não, absolutamente nada.

- Ah! - exclamou, surpreendido, e acrescentou: - Certamente não podes fazer melhor do que continuar como estás, pois não se pode melhorar o que está bem. Caso contrário, recomendar-te-ia Gowland, o uso constante de Gowland, durante os meses da Primavera. Mrs. Clay tem usado, por recomendação minha, e viste o bem que lhe fez, como lhe tirou as sardas.

Se Elizabeth pudesse ter ouvido aquilo! Um elogio tão pessoal por certo a admiraria, tanto mais que não parecia a Anne que as sardas tivessem diminuído alguma coisa. Mas deve dar-se a todas as coisas a sua oportunidade. O mal do casamento seria muito diminuído se Elizabeth viesse também a casar. Quanto a ela, poderia sempre dispor de um lar na companhia de Lady Russell.

O espírito sereno e as maneiras corteses de Lady Russell foram submetidos a alguma provação a este respeito, na sua convivência com Camden-place. Ver Mrs. Clay com tal favoritismo, e Anne tão ignorada, era uma irritação constante para ela, quando estava presente - e afligia-a também quando estava ausente - na medida em que, em Bath, uma pessoa que bebe a água, recebe todas as novas publicações, convive muito tempo e tem tempo para se afligir, evidentemente.

À medida que foi conhecendo Mr. Elliot, tornou-se mais benévola, ou mais indiferente, em relação aos outros. As suas maneiras foram uma recomendação imediata, e ao conversar com ele deu-se conta de que o sólido e profundo suportava tão inteiramente o superficial que, conforme confessou a Anne, ao princípio esteve quase a exclamar: «Será possível que este seja Mr. Elliot?», e não pôde imaginar, com convicção, um homem mais simpático ou estimável.





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