A sua opinião, após reflectir seriamente sobre as possibilidades de tal caso, era contra Mr. Elliot.
Embora já se conhecessem há um mês, ela não estava convencida de conhecer realmente o carácter dele. Que era um homem sensato, um homem simpático, que falava bem, emitia boas opiniões e parecia julgar adequadamente e como homem de princípios, tudo isso era perfeitamente claro. Ele sabia sem dúvida o que era correcto, e ela não encontrava nenhum exemplo de um dever moral que ele tivesse claramente transgredido. No entanto, Anne teria medo de responder pela sua conduta. Desconfiava do passado, se não do presente. Os nomes de antigos associados que eram ocasionalmente referidos, as alusões a anteriores práticas e actividades, inspiravam suspeitas que não eram favoráveis ao que ele tinha sido. Ela via que houvera maus hábitos, que viajar ao domingo fora uma coisa comum, que existira um período da sua vida (e provavelmente não se tratara de um período curto) em que ele fora, pelo menos, indiferente a todos os assuntos sérios - e, embora pudesse pensar agora muito diversamente, quem poderia responder pelos verdadeiros sentimentos de um homem inteligente e cauteloso, que adquirira idade suficiente para apreciar um carácter justo? Como se poderia alguma vez adquirir a certeza de que a sua mente estava verdadeiramente limpa?
Mr. Elliot era judicioso, discreto, cortês: mas não era franco.
Nunca havia nele nenhuma explosão de sentimento, nenhum ardor de indignação ou deleite perante o mal ou o bem de outros. Isto, para Anne, era inequivocamente uma imperfeição. As suas primeiras impressões eram imutáveis. Ela prezava acima de todos os outros o carácter franco e ardente, o coração aberto. O ardor e o entusiasmo ainda a cativavam. Achava