Sangue Azul - Cap. 19: 7 Pág. 203 / 287

Compreendia muito bem o tipo de fascínio que ele podia exercer sobre a mente de Lady Russell, como seria difícil para ela desviar os olhos, o espanto que sentiria perante o facto de terem passado sobre ele oito ou nove anos, para mais em climas estrangeiros e em serviço activo, sem lhe roubarem um único encanto pessoal!

Por fim, Lady Russell inclinou a cabeça para trás. Como ma falar dele?

- Deves ter curiosidade em saber o que me prendeu o olhar durante tanto tempo - observou. - Estive à procura de umas cortinas de janelas de que Lady Alicia e Mrs. Frankland me falaram a noite passada. Elas descreveram-me as cortinas da sala de uma das casas deste lado do caminho, e desta parte da rua, como sendo as mais bonitas, e as mais bem colocadas, de todas as de Bath. Mas como não se lembravam do número exacto da porta, eu estive a tentar descobrir quais seriam. Confesso, no entanto, que não vi nas proximidades quaisquer cortinas que correspondam à descrição que elas fizeram.

Anne suspirou, corou e sorriu, compadecida e desdenhosa tanto da sua amiga como de si mesma. O que mais a irritou foi o facto de, com todo aquele desperdício de previsão e prudência, ter perdido o momento certo em que poderia ter visto se ele as via.

Passou um dia ou dois sem nada acontecer. O teatro ou as salas onde seria mais provável encontrá-lo não eram suficientemente finos para os Elliot, cujos divertimentos nocturnos se cingiam exclusivamente à estupidez elegante das festas particulares, a que se entregavam cada vez mais frequentemente. E Anne, preocupada com semelhante estado de estagnação, cansada de não saber nada e imaginando-se mais forte porque a sua força não era posta à prova, sentia-se impaciente pelo concerto nocturno. Era um concerto em benefício de uma pessoa patrocinada por Lady Dalrymple.





Os capítulos deste livro