Anne admirou a boa representação da amiga, a sua capacidade de mostrar tanto prazer como mostrava com a expectativa da vinda da própria pessoa cuja presença devia estar, na realidade, a interferir com a concretização do seu objectivo principal. Era impossível que não detestasse a simples visão de Mr. Elliot - e, no entanto, era capaz de apresentar uma expressão muito obsequiadora e plácida e parecer inteiramente satisfeita com a permissão cerceada de devotar a Sir Walter apenas metade da atenção que devotaria noutras circunstâncias.
Para Anne, pessoalmente, foi muito penoso ver Mr. Elliot entrar na sala, e mais ainda vê-lo aproximar-se e falar com ela. Estivera habituada, antes, a sentir que ele nem sempre seria inteiramente sincero, mas agora via falsidade em tudo. A sua deferência atenciosa para com seu pai, contrastada com a sua linguagem anterior, era odiosa, e quando pensou na sua conduta para com Mrs. Smith, Anne quase não conseguiu suportar os seus sorrisos e a sua brandura presentes, ou o som dos seus bons sentimentos artificiais. Era sua intenção evitar qualquer alteração de atitude susceptível de provocar um protesto da parte dele, e seu grande desejo furtar-se a qualquer interrogatório ou cena; mas era igualmente sua intenção mostrar-se tão francamente fria com ele quanto fosse compatível com o seu parentesco, e anular, o mais discretamente que pudesse, os poucos passos de intimidade desnecessária que fora gradualmente dando. Mostrou-se, por conseguinte, mais reservada, e mais fria, do que na noite anterior.
Ele pretendia reacender a sua curiosidade quanto a como e onde podia ter ouvido elogiá-la antes, queria muito ser recompensado com mais solicitações nesse sentido. Mas o encanto quebrara-se: descobriu que