Sangue Azul - Cap. 22: 10 Pág. 246 / 287

Tinham chegado tarde, na noite anterior. Mrs. Harville, os filhos e o capitão Benwick haviam ficado com Mr. Musgrove e Louisa em Uppercross.

A única surpresa de Anne foi que as coisas pudessem estar suficientemente adiantadas para se falar em roupas de casamento para Henrietta: ela imaginara que existiam dificuldades de fortuna capazes de impedir que o matrimónio se realizasse em breve. Mas ficou a saber por Charles que, muito recentemente (depois da última carta que Mary lhe escrevera), Charles Hayter tinha sido solicitado por um amigo para ocupar um cargo eclesiástico no lugar de um jovem que provavelmente não o poderia reivindicar durante muitos anos, e que, baseadas nesse rendimento presente, com quase uma certeza de alguma coisa mais permanente muito antes do termo do período em questão, as duas famílias tinham resolvido acatar os desejos dos jovens e, por isso, o seu casamento deveria realizar-se dentro de poucos meses, ao mesmo tempo que o de Louisa.

- E trata-se de um bom cargo -, acrescentou Charles -, apenas a cerca de quarenta quilómetros de Uppercross e numa bela região, numa bonita parte do Dorsetshire. No centro de algumas das melhores coutadas do reino, rodeado por três grandes proprietários, cada qual mais cuidadoso e zeloso do que os outros - e para dois dos três, pelo menos, Charles Hayter talvez consiga uma boa recomendação. Não que ele vá avaliá-lo como deve - observou. - O Charles interessa-se pouco pela caça. Esse é o pior defeito dele.»

- Estou satisfeitíssima, palavra - afirmou Anne -, estou particularmente satisfeita por isso ter acontecido. Agrada-me muito que entre duas irmãs, ambas igualmente merecedoras de serem felizes e que sempre foram tão boas amigas, as perspectivas agradáveis de uma não obscureçam as da outra, que sejam tão iguais na sua prosperidade e conforto.





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