Sangue Azul - Cap. 22: 10 Pág. 252 / 287

Acabo de vê-los dobrar a esquina, vindos da Bath-street. Parecem muito ocupados a conversar. Quem é ele? Vem cá dizer-me. Santo Deus! Agora me lembro: é Mr. Elliot em pessoa.

- Não - respondeu Anne muito depressa -, garanto-te que não pode ser Mr. Elliot. Ele tinha ficado de sair de Bath às nove horas desta manhã e só voltar amanhã.

Enquanto falava, sentiu que o capitão Wentworth a olhava, e a consciência disso afligiu-a e embaraçou-a, fê-la arrepender-se de ter dito tanto, apesar da simplicidade das suas palavras.

Mary, magoada com a suposição de que não conhecia o próprio primo, começou a falar muito acaloradamente a respeito das feições da família, a afirmar, ainda mais positivamente, que se tratava de Mr. Elliot e a exigir a Anne que fosse ver com os seus próprios olhos. Mas a irmã não tencionava mexer-se de onde estava e tentou parecer serena e indiferente. A sua ansiedade voltou, porém, ao surpreender a troca de sorrisos e olhares entendidos entre duas ou três das senhoras de visita, como se elas se considerassem inteiramente ao corrente do segredo. Era evidente que o rumor a seu respeito alastrara. Seguiu-se uma breve pausa, que pareceu garantir que ainda iria alastrar mais, agora.

- Vem, Anne - insistiu Mary -, vem ver com os teus próprios olhos. Chegas tarde de mais, se não te apressas. Eles estão a despedir-se, estão a apertar as mãos. Ele vai voltar-se. Imagina se eu seria capaz de não reconhecer Mr. Elliot! Pareces ter esquecido tudo a respeito de Lyme.

Para apaziguar a irmã, e porventura disfarçar o seu próprio embaraço, Anne dirigiu-se calmamente para a janela. Chegou mesmo a tempo de confirmar que se tratava de facto de Mr. Elliot (coisa que nunca lhe teria passado pela cabeça), antes de ele desaparecer para um lado, enquanto Mrs.





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