A família era numerosa, mas as duas únicas pessoas adultas, exceptuando Charles, eram Henrietta e Louisa, jovens senhoras de dezanove e vinte anos, que tinham trazido de uma escola de Exeter toda a habitual provisão de prendas e estavam agora, como milhares de outras jovens como elas, a viver para serem elegantes, felizes e alegres. O seu vestuário desfrutava de todas as vantagens modernas, os seus rostos eram bastante bonitos, a sua disposição extremamente boa, as suas maneiras desembaraçadas e agradáveis: eram importantes em casa e favoritas fora dela. Anne via-as sempre como algumas das criaturas mais felizes que conhecia; mas mesmo assim, salva, como todos nós somos, por um certo e confortável sentimento de superioridade, de desejar a possibilidade de permuta, não teria trocado a sua própria mentalidade mais elegante e culta por todos os prazeres delas - e não lhes invejava nada senão aquele aparentemente perfeito bom entendimento e harmonia entre elas, aquela bem-humorada afeição mútua, coisas que tão pouco lhe fora dado conhecer com qualquer das suas irmãs.
Foram recebidas com grande cordialidade. Nada parecia errado do lado da família da Casa Grande, que era geralmente, como ela muito bem sabia, a que menos censuras merecia. A meia hora passou em amena e agradável tagarelice, e Anne não se sentiu nada surpreendida, no fim, por ver ambas as Miss Musgrove juntarem-se ao passeio, especialmente convidadas por Mary.
