As memórias de Sherlock Holmes - Cap. 1: O Estrela de Prata Pág. 14 / 274

Todos saltámos para fora, à excepção de Holmes, que continuou recostado, com os olhos fixos no céu em frente, inteiramente entregue aos seus pensamentos. Só quando lhe toquei no braço é que se levantou com ímpeto violento e saiu do carro.

- Desculpe-me - disse, voltando-se para o coronel Ross, que o encarava corri certa surpresa. - Costumo sonhar de dia. - Havia uma cintilação nos seus olhos e um excitamento reprimido nas suas maneiras que me convenceram, habituado como estou às suas reacções, de que dera com qualquer indício, embora não pudesse imaginar onde ele o encontrara.

- Talvez prefira ir já ao local do crime, Sr. Holmes?

- Parece-me que preferia ficar aqui um bocado para fazer uma ou duas perguntas quanto a pormenores. Straker foi trazido para aqui, segundo creio.

- Sim. Está lá em cima. O inquérito policial é amanhã.

- Ele estava ao seu serviço há alguns anos, coronel Ross?

- Sempre o achei um excelente empregado.

- Suponho que fez um inventário do que ele tinha no bolso na hora da morte, não é verdade, inspector?

- Tenho as coisas na sala de estar, se quiser vê-las.

- Gostaria, sim.

Entrámos em fila na sala da frente e sentámo-nos ao redor da mesa central, enquanto o inspector abria uma caixa quadrada de zinco e espalhava na nossa frente um pequeno monte de coisas. Havia uma caixa de fósforos, duas polegadas de vela de espermacete, um cachimbo «A. D. P.» de raiz de roseira brava, uma bolsa de pele de foca com meia onça de tabaco Cavendish para cachimbo, um relógio de prata com corrente de ouro, cinco soberanos em ouro, uma lapiseira de alumínio e uma faca de cabo de marfim, de lâmina muito delicada e flexível, com a marca Weiss Co.





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