As memórias de Sherlock Holmes - Cap. 7: O Corcunda Pág. 160 / 274

Tudo isto é muito certo. Mas é ele a única pessoa no mundo que pode dizer exactamente o que se passou naquela sala.

- E você pretende perguntar-lho?

- Claro... mas na presença de uma testemunha.

- E serei eu a testemunha?

- Se você quiser ter a bondade. Se ele quiser esclarecer o assunto, muito bem. Se se recusar, não há outra alternativa senão solicitar uma ordem de prisão.

- Mas como sabe você que ele ainda lá estará quando voltarmos?

- Pode estar certo de que tomei certas precauções. Tenho um dos meus rapazes de Baker Street de vigilância, que o seguirá a ele como um cão, vá para onde for. Nós o encontraremos amanhã em Hudson Srreet, Watson; e agora o criminoso seria eu se o conservasse por mais alguns minutos fora da cama.

Era meio-dia quando nos encontrámos na casa da tragédia e, sob a direcção do meu companheiro, seguimos imediatamente para a Hudson Street. Apesar da sua capacidade para ocultar as emoções, pude facilmente perceber que Holmes estava numa excitação reprimida, enquanto eu próprio sentia o nervosismo de um prazer meio cómico, meio intelectual, que invariavelmente experimentava quando me associava às suas investigações.

- Esta é a rua - disse ele quando entrámos numa viela curta ladeada de casas de tijolos simples, de dois andares. - Ah! Ai vem Simpson para nos informar.

- Ele está em casa, com certeza, Mr. Holmes! - bradou um gaiato de pequena estatura, correndo para nós.

- Bem feito, Simpson! - disse Holmes, passando-lhe a mão na cabeça. - Venha, Watson, é esta a casa. - E mandou o seu cartão com um recado dizendo que viera para tratar de um negócio importante; um momento depois estávamos em frente do homem que tínhamos vindo ver.





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