- E há alguma novidade?
- Recebi uma resposta ao meu anúncio.
- Ah, sim?!
- Chegou alguns minutos depois de saírem.
- E o que é?
Mycroft puxou de uma folha de papel.
- Ei-la - disse -, escrita com pena J em papel creme-real, mas por um homem de meia-idade e de compleição fraca.
«Senhor, em resposta ao seu anúncio com data de hoje, quero informá-lo de que conheço muito bem a jovem em questão. Se me quiser visitar, dar-lhe-ei alguns pormenores da sua história dolorosa. Presentemente, ela mora em The Myrtles, Beckenham. Ao seu dispor,
J. Davenport.»
- Escreve de Lower Brixton - disse Mycroft Holmes. Não te parece que podíamos ir visitá-lo já, Sherlock, para conhecermos esses pormenores?
- Meu caro Mycroft, a vida do irmão tem mais valor do que a história da irmã. Sou de opinião que devemos contactar o inspector
Gregson, na Scotland Yard, e seguirmos directamente para Beckenham. Sabemos que esse homem corre o risco de ser morto e cada hora que passa pode ser vital.
- É melhor ir buscar Sr. Melas, de caminho - sugeri -, podemos precisar de um intérprete.
- Óptimo - disse Sherlock Holmes. - Mande o paquete chamar um carro e sairemos imediatamente. - Enquanto falava, abriu a gaveta da secretária e notei que, sorrateiramente, metera o revólver no bolso. - Sim - disse em resposta ao meu olhar -, pelo que temos ouvido, creio que se trata de um bando particularmente perigoso.
Era já quase escuro quando chegámos a Pall Mall, a casa do Sr. Melas. Um cavalheiro já o havia procurado e ele tinha saído.
- Pode-me dizer para onde? - perguntou Mycroft Holmes.
- Não sei, senhor - respondeu a mulher que abrira a porta. - Sei apenas que ele partiu com um cavalheiro, numa carruagem.