As memórias de Sherlock Holmes - Cap. 10: O Tratado Naval Pág. 219 / 274

Um contínuo que passa a noite num pequeno compartimento junto da escada costuma fazer café para os funcionários que façam horas extraordinárias. Portanto, toquei a campainha para chamar e grande foi a minha surpresa quando foi uma mulher que apareceu.

Era uma velha alta, grande, de semblante grosseiro, e trazia avental. Explicou-me que era a mulher do contínuo e que fazia a limpeza. Pedi-lhe então o café.

Escrevi ainda mais dois artigos e comecei então a sentir-me tão sonolento que me levantei e andei para cá e para lá na sala para desentorpecer as pernas. O café ainda não tinha vindo e eu pensava qual seria a causa da demora. Abri a porta e andei corredor fora para saber o que se passava. É um corredor direito, fracamente iluminado, que parte da única saída da sala onde eu estava a trabalhar e que termina numa escada curva, com o compartimento do contínuo ao fundo. A meio caminho desta escada há um patamar, onde se entronca outro corredor em ângulo recto. Uma segunda escada conduz então a uma porta lateral, utilizada pelos contínuos e pelo pessoal que entra pela Charles Street. Eis uma planta grosseira do local:

- Muito obrigado. Estou a compreender perfeitamente.

- É da máxima importância que o senhor note este ponto. Desci a escada e entrei no compartimento, onde encontrei o contínuo a dormir profundamente na sua cadeira e a chaleira a ferver com estrépito sobre a chama da lamparina. Estendi a mão e ia sacudir o homem quando a campainha retiniu sobre a sua cabeça e ele acordou com um susto.

»“- Sr. Phelps!” - disse, olhando-me atrapalhado.





Os capítulos deste livro