«- Basta! Vai ver que não esqueci os velhos tempos» - exclamou Sr. Trevor e, aproximando-se do marinheiro, disse-lhe qualquer coisa em voz baixa.
«- Vá à cozinha - continuou em voz alta - e encontrará de comer e beber. Não tenho dúvidas de que lhe arranjarei um emprego.»
«- Muito obrigado, senhor. - disse o marinheiro, passando a mão pela grenha. «- Acabo de sair de um navio cargueiro de oito nós, depois de uma viagem de mais de dois anos com falta de gente, e preciso de descanso. Pensei que o conseguiria com Sr. Beddoes ou com o senhor»
«- Ah!...» - gritou Sr. Trevor. «- Sabe onde mora Sr. Beddoes?»
«- Valha-me Deus! Sei onde estão todos os meus velhos amigos» - disse o homem com um sorriso sinistro. Baixou a cabeça e seguiu a criada até à cozinha.
Sr. Trevor contou-nos qualquer coisa a respeito de ter sido companheiro de navio do homem quando voltou às minas e, deixando-nos, então, no jardim, entrou em casa. Uma hora depois, quando entrámos, encontrámo-lo completamente bêbedo, estendido no sofá da sala de jantar. Todo o incidente me deixou a mais revoltante impressão e foi sem tristeza que no dia seguinte deixei Donnithorpe para trás, porque sentia que a minha presença devia ser um embaraço para o meu amigo.
Tudo isso ocorreu durante o primeiro mês das férias grandes. Voltei para os meus aposentos de Londres, onde passei sete semanas a realizar algumas experiências de química orgânica. Um dia, quando o Outono já estava muito adiantado e as férias já se aproximavam do fim, recebi um telegrama do meu amigo implorando o meu regresso a Donnithorpe e dizendo que tinha grande necessidade do meu conselho e da minha assistência.