Aí está a sua parte inexplicável. A mensagem era absurda e trivial. Ah! Meu Deus, aconteceu o que eu receava.
Como dissesse estas palavras, rodeámos a curva da avenida e vimos pela luz evanescente que todas as vidraças da casa estavam descidas. Quando nos precipitámos para a porta, vi o rosto do meu amigo convulsionado de dor. Da casa saiu então um senhor de preto.
«- Quando foi, doutor?» - perguntou Trevor.
«- Quase imediatamente depois que o senhor saiu.
«- Ele recobrou os sentidos?
«- Por um instante, antes do fim.
«- Há alguma mensagem para mim?
«- Apenas que os papéis estão na gaveta do fundo da escrivaninha japonesa.»
O meu amigo subiu com o médico ao quarto do morto, enquanto eu permanecia no escritório, recordando todo o assunto e sentindo-me triste como nunca na minha vida. Qual teria sido o passado desse Trevor: pugilista, viajante e mineiro de ouro; e como teria caído nas mãos daquele marinheiro mal-encarado? Por que desfaleceria à alusão das iniciais meio apagadas do seu braço, e por que havia de morrer de susto ao receber uma carta de Fordingbridge? Recordei-me de que Fordingbridge fica em Hampshire e que esse Sr. Beddoes, que o marinheiro fora visitar, presumivelmente para chantagem, também fora mencionado como morando em Hampshire. A carta podia então ou ter vindo de Hudson, o marinheiro, declarando que havia traído o segundo criminoso que parecia existir, ou podia ter vindo de Beddoes, advertindo o velho aliado de que tal traição estava iminente. Até ali pareceu-me bastante claro. Mas, então, como podia a carta ser vulgar e grotesca como dissera o filho? Ele devia tê-la lido mal. Se fosse assim tão vulgar, devia tratar-se de um desses engenhosos códigos secretos que significam uma coisa quando parecem significar outra.