O Mundo Perdido - Cap. 12: Capítulo 12 Pág. 174 / 286

Quanto mais avançarmos, menos teremos uma visão de conjunto!

Foi neste instante que tive o meu minuto de inspiração. Os olhos pousaram-me, por sorte, no enorme tronco nodoso da árvore de especiarias que estendia por cima de nós as ramagens. Já que este tronco era mais grosso que qualquer um, a sua altura devia ultrapassar igualmente a dos outros. Se a borda do planalto era realmente o seu ponto culminante, então porque não poderia esta árvore servir de observatório que abrangesse toda a região? Desde a minha infância na Irlanda, sempre fora um brioso cavaleiro quando se tratava de trepar a uma árvore. Os meus companheiros podiam bater-me nos rochedos, mas nos ramos sabia-me invencível. Se, ao menos, pudesse pôr pé nos ramos mais baixos daquela gigante, apostaria fosse o que fosse em como chegaria à copa. Os meus camaradas declararam-se encantados com a minha proposta.

- O nosso jovem amigo - comentou Challenger enquanto enchia de ar as maçãs vermelhas do rosto - é capaz de exercícios acrobáticos diante dos quais recuaria um homem de aparência mais robusta e mais respeitoso da sua dignidade própria. Aplaudo a ideia.

- Bebé, é uma ideia de génio! - exclamou Lorde John, batendo-me nas costas com entusiasmo. - Dizer que não havíamos pensado nisso! Não nos resta mais do que uma hora de dia, mas se levar um caderninho poderá desenhar um mapa grosseiro do local. Empilhemos estas caixas de munições e conseguirei içá-lo para o primeiro ramo!

Subiu para as caixas enquanto eu ficava de frente para o tronco; levantou-me devagarinho, mas Challenger apareceu e com a sua mão enorme empurrou-me com tanta força que quase me fez cair.





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